sexta-feira, 24 de junho de 2011

Porto e pré-sal fazem Santos viver boom de imóveis corporativos



Fonte: biswangerbrazil.com.br

A descoberta do pré-sal e a ampliação do maior porto da América Latina têm incentivado grandes construtoras a investirem no mercado imobiliário corporativo em Santos, cidade no litoral sul de São Paulo, a 72 quilômetros da capital. Estagnado durante duas décadas, o setor dá sinais de recuperação, e o número de lançamentos comerciais começa a alcançar o de residenciais, segundo o sindicato que representa o setor.

“Vivemos em um momento de muita expectativa quanto ao petróleo, à expansão do porto. Diante desse cenário de retomada, vemos muita demanda por escritórios não só para empresas, mas para o setor de serviços”, disse o diretor-geral do Secovi-SP na Baixada Santista, Renato Monteiro.

Em Santos, os empreendimentos se concentram na orla da praia e no bairro do Valongo, conhecido como o centro velho, na zona portuária. Em regiões valorizadas como essa, o preço do metro quadrado pode chegar a R$ 9.000, de acordo com imobiliárias locais. Cinco anos atrás, era possível encontrar o metro quadrado a R$ 3.000.

“Os imóveis, tanto comerciais quanto residenciais, estão passando, sim, por um processo de valorização. No entanto, é preciso considerar que os preços subiram, mas o padrão dos imóveis construídos também mudou, as demandas são diferentes, e o preço do metro quadrado acaba incorporando tudo isso”, disse Domingos Nini de Oliveira, da construtora Conpral.

Essa retomada do mercado de imóveis corporativos começou a ser observada no final do ano passado. “Produtos comerciais no litoral é uma realidade recente. Em Santos, por exemplo, nos últimos 3 anos, foram lançados apenas 6 produtos, sendo efetivamente o ano de 2010 responsável por grande parte destes lançamentos”, lembrou Luiz Carlos Siciliano, Diretor Superintendente de Vendas e Marketing da Gafisa.

Só o Porto de Santos, por exemplo, grande rota de escoamento das exportações brasileiras, deverá receber investimentos – do governo federal e da iniciativa privada - que ultrapassarão US$ 6 bilhões até 2024, segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Acreditamos no potencial da cidade e região, estamos adquirindo áreas para seguir com os investimentos, mas ainda não temos novidades para anunciar”, disse a diretora de incorporação da Cyrela São Paulo, Rosane Ferreira.

Na região central de Santos, está sendo erguida uma das maiores torres comerciais de Santos, o Wave Offices, da construtora Cyrella. Em um terreno de 2.090 metros quadrados, 210 unidades deverão ficar prontas até dezembro de 2013. Todas foram vendidas em apenas quatro meses. "Os escritórios foram adquiridos por investidores que acreditam neste potencial e por moradores da cidade que tem negócios voltados à atividade portuária”, disse a diretora.

ambém atraída por uma localização estratégica, a Petrobras escolheu o Valongo para construir o que virá a ser a sede da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos. O projeto inclui a construção de três torres, com capacidade para 6.000 trabalhadores, em uma área de 25 mil metros quadrados. A primeira delas deverá começar a sair do papel ainda no final deste mês, com previsão de término em 2013.

Lugar para trabalhar, lugar para morar Segundo estudo sobre o mercado imobiliário da Baixada Santista, divulgado pela primeira vez pelo Secovi-SP nesta terça-feira (14), de fevereiro de 2007 a abril de 2011, foram lançadas 20.542 unidades nos segmentos de residências verticais e horizontais em Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande.

Os imóveis de dois dormitórios tiveram, no período, a maior participação na oferta (42,8% ou 8.801 unidades), seguidos pelos de três dormitórios (36,6% ou 7.523 unidades); um dormitório (10,3% ou 2.125 unidades) e quatro dormitórios (10,2% ou 2.093 unidades). Do total de lançamentos, 98,8% são empreendimentos verticais (20.299 unidades) contra 243 unidades horizontais.

Quanto aos preços dos imóveis verticais, o valor médio do metro quadrado na região ficou em R$ 3.254 mil (1 dormitório), R$ 3.631 mil (2 dormitórios), R$ 4.469 mil (3 dormitórios), R$ 5.552 mil (4 dormitórios). Por ser a primeira vez que o estudo é realizado, não há base para comparação.

“A performance pelo preço de venda ficou bem semelhante em todas as faixas de valores. Consequentemente, a região teve boa liquidez em todos os segmentos”, disse o Secovi, por meio de nota.

Já em relação aos horizontais, o preço do metro quadrado de um imóveis de 2 dormitórios foi de R$ 4.167, 3 dormitórios, de R$ 6.541 e 4 dormitórios, de R$ 3.893. Não foi divulgado preço de imóveis de apenas um dormitório.

Baixada tem aerporto e é sondada para novo porto Diante da expansão do setor e da consequente escassez de terrenos que começa a preocupar o setor, os mercados das cidades que compõem a chamada Baixada Santista já sentem os reflexos do aumento da demanda por imóveis em Santos.

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