quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Falta de espaço trava expansão e eleva metro quadrado em São Paulo


Fonte: Folha de São Paulo

A expansão imobiliária na cidade de São Paulo, destino de boa parte dos investimentos aplicados na capital paulista, está ameaçada pela falta de espaço.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra, a zona leste de São Paulo é a única região com alguma folga para expansão imobiliária nos próximos anos.

É a região escolhida para a construção do estádio do Corinthians, arena prometida para a abertura da Copa do Mundo, em 2014.

"Para a região norte, temos os limites da serra da Cantareira. Na região sul, há limitações ambientais.

Na oeste, não há mais espaços. A zona leste é a única, ainda, como alguma disponibilidade de área. É uma carência crônica a que vivemos", afirma Cintra.

Segundo Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio, esse problema tem inflacionado o custo do metro quadrado em São Paulo e promovido a expulsão da indústria.

O novo ciclo de investimento imobiliário tem transformado antigas áreas industriais, como a Vila Leopoldina, a Mooca e a Barra Funda, em espaços para projetos habitacionais e comerciais.

DEFICIT

Segundo Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Herzog, uma das maiores imobiliárias do país, a cidade vive um deficit de novas ofertas para locação comercial.

O ritmo da economia local é tão forte que o percentual de imóveis desocupados é um dos menores dos últimos anos. Segundo Simone, atualmente o índice de vacância dos imóveis, comerciais e industriais, é de apenas 5%. "O nível normal seria o dobro", diz.

A situação começa a melhorar apenas em 2013, quando 600 mil metros quadrados serão ofertados no mercado.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Fundo paga R$ 2,2 bilhões por 30 imóveis do grupo Bracor


Fonte: Agência Estado

O valor é recorde e faz do negócio a maior transação imobiliária já realizada no País

São Paulo - O fundo de investimentos Prosperitas desembolsou R$ 2,2 bilhões para comprar parte do portfólio da Bracor, empresa especializada em imóveis comerciais e industriais, que tem entre seus principais acionistas o megainvestidor americano Sam Zell. O valor é recorde e faz do negócio a maior transação imobiliária já realizada no País.

A Bracor se desfez de 30 dos 42 ativos que mantinha em carteira. Os empreendimentos - a maioria galpões e centros logísticos - têm como inquilinos companhias como AmBev, Petrobras e Ponto Frio. O contrato médio de locação é de dez anos e a receita desses imóveis chega a R$ 230 milhões por ano. O valor desembolsado pela Prosperitas diz respeito apenas aos ativos adquiridos e não inclui dívidas.

“Em cinco anos, não tivemos qualquer tipo de monetização”, diz o presidente da Bracor, Carlos Betancourt, para justificar que esse não é o fim da empresa criada por ele e Sam Zell em 2005. “É um processo natural de realização de resultado.” As negociações começaram em novembro, depois de uma experiência frustrada da Bracor com a criação de um fundo imobiliário, que pretendia levantar R$ 262 milhões. A intenção já era a de se desfazer de parte dos ativos nessa operação mas, segundo fontes de mercado, não houve interesse dos investidores.

Os planos de venda da Bracor encontraram o caixa parrudo da Prosperitas, que havia acabado de captar R$ 600 milhões com investidores. “O negócio foi feito praticamente à vista”, disse Luciano Lewandowski, um dos sócios controladores do fundo. Sem dar detalhes da compra, ele disse que a transação foi feita com recursos próprios, do Bradesco e de investidores internacionais. Entre os clientes da Prosperitas estão nomes de peso, como o Estado de Washington e a Universidade Harvard.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Problemas de mobilidade urbana e falta de adequação da Lei de zoneamento

Fonte: PiniWeb

A recente evolução do mercado imobiliário, após um período letárgico de aproximadamente 15 anos, tem colocado o setor no centro de diversas discussões que não têm sentido. Um aspecto muito explorado pela mídia é a responsabilização do setor pela geração de trânsito, como se os empreendimentos lançados e construídos na cidade de São Paulo fossem os vilões das dificuldades de mobilidade da população.

Outro dia, o Jornal Nacional, da TV Globo, apresentou matéria "culpando" o desenvolvimento imobiliário pelo trânsito na cidade. Segundo a matéria, na capital do Estado são construídos 96 apartamentos por dia e esse fato, por si só, seria o principal fator de piora do trânsito.

Na mesma semana ouvi na Radio Jovem Pan o secretário Estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa, falando da emissão de boletos referentes ao IPVA de 2011. Na entrevista, ele comentou que teremos em 2010 no Estado de São Paulo um acréscimo de 1,2 milhão de veículos à frota existente que, de acordo com o Departamento de Trânsito (Detran), somente na capital representa aproximadamente 25% da frota nacional, perto de cinco milhões - praticamente um carro para cada dois habitantes. Segundo informações recentes, são lacrados mil novos veículos por dia na cidade.

No entanto, faltam investimentos públicos em melhorias da mobilidade urbana! O metrô avança vagarosamente, os corredores de ônibus não suportam o aumento do número de coletivos necessários ao bom atendimento da população e as operações urbanas - como a das Águas Espraiadas -, que possibilitam investimentos da iniciativa privada, também não caminham na velocidade necessária. Não foram uma ou duas vezes que o setor imobiliário, por conta e risco, propôs intervenções urbanas para melhorar a ocupação da cidade.

Aliada à falta de investimentos massivos em mobilidade urbana, não tivemos a revisão do Plano Diretor Estratégico e a adequação da Lei de Zoneamento, que já teria de ter ocorrido, mas agora teremos de aguardar 2012. Com todos esses ingredientes, fica fácil responsabilizar o mercado imobiliário pelo trânsito e pela devastação do verde e do meio ambiente, opinião com a qual não concordamos.

Fica a impressão de que a melhoria econômica do País nos últimos anos, com destaque para a geração de emprego, a melhoria da renda das famílias e o ganho real do salário mínimo, não deveria permitir à grande parcela da população acessar seu primeiro imóvel ou trocar o atual por um modelo melhor e maior, que dê mais comodidade às famílias.

Essa perversa relação "crescimento imobiliário/trânsito" criada em algum momento, parece que atende aos interesses econômicos de algum segmento que não é o imobiliário. Temos de desmontar esse mito!

Para iniciar, peço a atenção daqueles que não conhecem o ciclo de uma incorporação imobiliária, que é longo e difícil. Após prospectar um terreno - cada vez mais escasso -, que dê viabilidade ao negócio, o incorporador desenvolve o projeto adequado ao local e parte para sua aprovação junto à prefeitura e demais órgãos afins.

Após a aprovação, que por vezes pode levar até um ano, o empresário inicia o processo de incorporação no Cartório de Registro de Imóveis competente e prepara o lançamento do produto com a construção do estande de vendas e, em muitos casos, com a construção de apartamento(s) decorado(s). Normalmente, são mais três a seis meses de campanha publicitária e de vendas iniciais para então começar efetivamente a construção do empreendimento - período que compreende de 24 a 30 meses.

Observem que são quatro a cinco anos de ciclo e de risco empresarial nas mais diversas fases. Não é possível ter de carregar ainda o ônus do caos do transporte público.

Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP, diretor-executivo da vice-presidência de Incorporação Imobiliária do Sindicato e membro titular do Conselho Curador do FGTS.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Secovi-SP Crédito representará 11% do PIB em 2014


Fonte: Agência Estado

Segundo o sindicato do setor de construção, crédito imobiliário deve chegar a R$ 85 bilhões em 2011

O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) estima que a participação do crédito imobiliário dentro do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passará dos atuais 4% para 11% em 2014. A perspectiva tem como base estudos da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e do Banco Central (BC).

Ao fazer um balanço do ano passado e da década, o sindicato reafirmou ainda a projeção de crescimento de 50% nos financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo(SBPE) para 2011, que deve saltar de R$ 57 bilhões para R$ 85 bilhões. Em 2010, a entidade estima que os recursos do SBPE tenham financiado 450 mil unidades. Até novembro, dados da Abecip apontam que já foram financiados 358,7 mil imóveis por essa via, sendo 183,5 mil para aquisição e 175,2 mil para construção. O montante equivale a R$ 47,9 bilhões.

Conforme o presidente do Secovi-SP, João Crestana, os instrumentos alternativos de recursos para o crédito imobiliário devem continuar ganhando importância em 2011, com destaque para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Covered Bonds Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Financiamento Imobiliário (LFI).

Em meio à perspectiva de que em breve os recursos da poupança não serão suficientes para atender à demanda por crédito, o setor tem discutido há alguns meses a necessidade de novas fontes e instrumentos de captação. Na opinião do Secovi, essas medidas deverão permitir a transição do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) para o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e a manutenção da saúde financeira do segmento produtivo e do consumidor, que terão crédito disponível para novos negócios.

Com relação aos avanços do "Minha Casa, Minha Vida", a entidade já o considera um programa permanente do Estado, que tem contribuído para a desburocratização do setor. O sindicato lembra, citando dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), que até novembro de 2010, 48% dos lançamentos residenciais na capital paulista foram de imóveis de dois dormitórios, com boa parte sendo enquadrada no programa do governo.

O sindicato chama a atenção ainda para a necessidade de investimentos em inovação tecnológica, desburocratização de processos e qualificação de mão-de-obra para que se mantenha um ritmo de crescimento sustentável do mercado imobiliário. Segundo a entidade, essa expansão deve seguir em linha com a variação do PIB.

Em 5 anos vendas de moradias novas subriam 27%


Fonte: Reuters
Por: Vivian Pereira

Abertura de capitas de construtoras impulsionaram aumento, acredita o sindicato das empresas do setor

São Paulo - As vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo cresceram 27,2 por cento entre 2006 e 2010, informou nesta quarta-feira o sindicato que representa o setor imobiliário na capital paulista, Secovi-SP.

Há cinco anos, foram vendidas 28,3 mil unidades em São Paulo em um ano. No acumulado de 2010 até novembro as vendas somam 30,9 mil unidades, volume praticamente estável em relação a um ano antes. Com o resultado projetado para dezembro, as vendas no ano passado devem atingir 36 mil moradias.

Os últimos cinco anos da década, segundo o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, foram marcados por uma mudança de paradigmas no setor imobiliário brasileiro.

Foi em setembro de 2005 que ocorreu a primeira abertura de capital de uma construtora, a Cyrela Brazil Realty, movimento seguido pelas concorrentes a partir do ano seguinte.

"A abertura de capital fez as incorporadoras saírem de São Paulo, se nacionalizarem", disse ele, acrescentando ainda como destaques do período a criação do programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida" e a isenção de tributos para venda de materiais de construção.

O ritmo de lançamentos realizados na capital paulista também teve crescimento expressivo no período de cinco anos, conforme o Secovi-SP. De 2001 a 2005, o setor lançava uma média anual de 24 mil unidades, número que hoje é de 33 mil.

Mas foi o financiamento imobiliário que, conforme levantamento da entidade, registrou o avanço mais expressivo da década, saltando de 1,9 bilhão de reais em 2001 para 48 bilhões de reais nos 11 primeiros meses de 2010.

Segundo dados da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e do Banco Central, em 2010 como um todo o volume de crédito imobiliário deve ser de 57 bilhões de reais. "Em 2001 praticamente não existia financiamento imobiliário", assinalou Petrucci.

Para 2011, o economista-chefe do Secovi-SP aposta que o setor tenha condições de se expandir cerca de 5 por cento, considerando vendas e lançamentos no Brasil, ritmo de crescimento que deve ser mantido nos próximos anos.

Preços estáveis
 
Entre 2007 e 2009, os preços dos imóveis sofreram considerável reajuste, após anos de retração. Na visão do Secovi-SP, os preços atingiram em 2010 o limite na escalada de alta e não sofrerão grandes mudanças, apenas acompanhando os índices de inflação e eventuais tendências regionais.

"Acreditamos que 2011 será de equilíbrio e acomodação de preços... Vai estabilizar, ficando paralelo com índices de inflação", disse Petrucci.

A justificativa é apoiada na velocidade de vendas dos lançamentos, segundo o presidente do Secovi-SP, João Crestana.

"A estabilidade (de preços) é uma tendência vista nos lançamentos. Vendas feitas muito rapidamente indicam forte aumento de preços. Hoje os lançamentos estão sendo vendidos com menor velocidade em algumas regiões", afirmou, ressaltando que o ritmo de escoamento de estoques também vem diminuindo.

Lançamentos menores em 2010

O Secovi-SP também informou que as vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo subiram 25 por cento em novembro do ano passado ante o mesmo mês em 2009, para 3.270 unidades. Em relação a outubro, as vendas foram 7,8 por cento maiores.

De acordo com a entidade, o volume de vendas até novembro não foi maior porque as empresas não lançaram no mesmo ritmo. A dificuldade encontrada pelas empresas para realizar maior número de lançamentos é justificada, sobretudo, pela escassez de terrenos adequados para construção.

Os lançamentos em novembro último cederam 1,6 por cento na comparação com novembro de 2009 e caíram 22,8 por cento ante outubro, a 3.970 unidades. De janeiro a novembro, no entanto, foram lançadas 29,8 mil unidades na cidade de São Paulo, acima das 25 mil de um ano antes.

O número recorde de lançamentos feitos em 2007, que foi de 39 mil imóveis, não deve ser superado no acumulado de 2010, quando o volume pode atingir 34 mil unidades.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tombini descarta medidas de curto prazo para frear o crédito imobiliario


Fonte: Agência Brasil
Por: Welton Máximo

Presidente do BC considera que déficit de moradia é a principal causa do aquecimento no mercado

Brasília – O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, descartou hoje (6) medidas de curto prazo para conter o crescimento do crédito imobiliário. Ele, no entanto, admitiu que a autoridade monetária vai monitorar com mais intensidade o comportamento dos financiamentos habitacionais.

Segundo Tombini, o crescimento do mercado de financiamento imobiliário nos últimos anos decorre, principalmente, do déficit de moradia, que estimula as pessoas a comprar em momentos de expansão do crédito e de estabilidade da economia. “É natural que, com uma demanda reprimida de 6 milhões de unidades [habitacionais], o crédito imobiliário tenda a crescer e a preencher a participação nas carteiras das instituições financeiras”, disse.

Apesar da expansão dos financiamentos imobiliários, Tombini afirmou que o crédito habitacional no Brasil ainda não representa ameaça ao sistema financeiro. “Mesmo com todo o crescimento, a base do crédito imobiliário é de menos de 5% do PIB [Produto Interno Bruto]. Outras economias têm nível de financiamento imobiliário ainda maior”, ressaltou.

O presidente do BC descartou adotar medidas prudenciais (alterar as regras de crédito para reduzir riscos) para o setor imobiliário. Ele, no entanto, lembrou que a crise financeira internacional teve origem, justamente, nos financiamentos habitacionais nos Estados Unidos. Por isso, Tombini justifica a necessidade de monitorar o segmento para evitar que o processo de formação da “bolha imobiliária” se repita no Brasil.

“Com a crise internacional, o Brasil precisa estar atento. Nada que requeira medidas prudenciais, apenas o monitoramento contínuo do mercado de crédito imobiliário. Para a autoridade monetária, esse é um tema que ganha importância hoje e nos próximos anos”, afirmou.

Na avaliação de Tombini, o crédito imobiliário crescerá um pouco mais que o crédito ao consumo. Segundo ele, os empréstimos e financiamentos voltados ao consumo devem crescer cerca de 10% este ano, menos do que o estimado inicialmente. “O crédito ao consumo crescerá a taxas mais moderadas”, declarou.

Para Tombini, as medidas tomadas em dezembro, como a elevação dos compulsórios (parte do dinheiro captado pelos bancos e recolhidos compulsoriamente ao Banco Central), não inviabilizam o crédito ao consumidor, mas aumentam a segurança das operações e impedem o endividamento excessivo das famílias. “As medidas de dezembro não são impeditivas. A expectativa é que o crédito ao consumo cresça 10%, mas de forma mais segura quanto a prazos e garantias”, acrescentou.