terça-feira, 28 de junho de 2011

Oferta de imóveis chega à classe C e empresários têm de mudar a forma de construir e vender


Fonte: O Serrano

Para o diretor presidente da Rodobens Negócios Imobiliários S/A, Eduardo Gorayeb, com a estabilidade econômica do País e a facilidade do acesso ao crédito, foi possível elevar o consumo das famílias de classe média e, consequentemente, as empresas do setor imobiliário passaram a atender esse nicho do mercado com produtos diferenciados e desenvolvidos exclusivamente para suprir as necessidades habitacionais desse segmento da população.
“O acesso facilitado à moradia e os benefícios de programas de incentivo, como o Minha Casa, Minha Vida, são essenciais para que às famílias de menor renda continuem tendo acesso à casa própria. E cabe às empresas o aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas tecnologias construtivas, resultando na entrega de unidades de qualidade, que deem dignidade ao comprador”, analisa Gorayeb, um dos debatedores do seminário “Tendências do Mercado Imobiliário”, que a vice-presidência de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP realiza dia 5/7, quinta-feira, a partir das 8h30, na sede da entidade.
Empresas de diversos segmentos econômicos e governantes têm acompanhado atentamente a mobilidade social iniciada no Brasil há cinco anos, que permitiu o ingresso de mais de 30 milhões de pessoas na chamada classe C. “Com mais acesso à informação e à educação, esses cidadãos assumem lugar de destaque no mercado consumidor e criam demandas diferenciadas”, opina Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Até 2005, o mercado imobiliário sobrevivia da oferta de imóveis para as classes A e B, conforme Petrucci. “De lá para cá, os empreendedores tiveram de se adaptar a mudança social e econômica e produzir imóveis de dois e três dormitórios, em larga escala, com área útil menor e preço reduzido”, conta Petrucci. Simultaneamente a esse movimento de ampliação do poder de compra, algumas incorporadoras abriram capital na Bolsa de Valores e os bancos voltaram a tratar o crédito imobiliário como negócio.
“Passamos por uma rápida revolução e agora experimentamos as dores do crescimento, como falta de mão de obra especializada, o maior gargalo do setor, e uma possível desaceleração dos recursos da caderneta de poupança em 2013 ou 2014”, enfatiza João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação.
Marketing, recursos, investimento em pesquisa e tecnologia construtiva e demais questões relacionadas à atividade empresarial voltada a esse novo consumidor brasileiro serão amplamente discutidas com técnicos do setor financeiro, empresários do setor, profissionais de institutos de pesquisa e avaliação de crédito, dentre outros agentes. “Temos de refletir sobre os impactos futuros de tantas mudanças nos negócios imobiliários e nas cidades”, adianta Crestana.

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