quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"Papel imobiliário" dispara e supera R$ 1 bilhão


Fonte: DCI

O boletim da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aponta que os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) estão a todo vapor. Com apenas sete operações, esse segmento totalizou R$ 1,02 bilhão neste começo de ano apenas. O número de operações é o mesmo em comparação a janeiro de 2010, mas o volume negociado apresenta expressiva elevação, passando de R$ 25 milhões no ano passado para R$ 146 milhões no início de 2011.

Alberto Kiraly, vice-presidente da Anbima, atribui essa disparada ao aquecimento do setor imobiliário no Brasil. Para ele, o CRI pode ser uma alternativa interessante aos que pretender ingressar no mercado.

“Esse crescimento está associado a toda a demanda do mercado que vimos no ano passado, que teve um grande número de projetos apresentados. Acredito em uma consolidação deste mercado imobiliário e acho uma alternativa interessante para acessar o mercado de capitais”, analisa Kiraly.

As Notas Promissórias captaram R$ 552 milhões. Já estão em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Anbima R$ 1,2 bilhão em emissão de debêntures. Renda variável também teve sua parcela expressiva de aceleração neste começo de fevereiro. A CVM registrou R$ 2,2 bilhões em ofertas primarias e secundárias de ações e mais doze estão em análise.

Já as captações externas devem seguir, neste ano, o ritmo de 2010. Segundo o relatório, já é esperada a emissão de US$ 10 bilhões neste início de ano, sendo que a Petrobras lidera essas emissões com montante de US$ 6 bilhões. Essa será a primeira emissão, pois até 2014, a petrolífera pretende realizar operações que cheguem a US$ 40 bilhões no mercado de dívidas.

Já o Banco Votorantim anunciou ontem que emitirá US$ 500 milhões em bônus no mercado externo, o que ajudará a impulsionar ainda mais o mercado de capitais ao longo do ano. O vice-presidente da Anbima Alberto Kiraly, explica que esse número crescente de captação no exterior deve-se à necessidade das empresas de granjear recursos. “As empresas que precisavam arrecadar fundos aproveitaram o bom momento e o mercado externo favorável para captar. É um mercado mais competitivo para as empresas que têm receita em dólar e atuam com exportação”, explica Kiraly.

Em 2010, a entidade registrou captações internacionais de US$ 53,7 bilhões, recursos estes dos quais 75% ficaram concentrados no mercado de títulos de renda fixa.

No final do ano passado foram registradas 72 operações que somaram R$ 1,597 bilhão em dezembro; no acumulado do ano o montante chegou a R$ 40,370 bilhões. No mercado doméstico, os títulos de dívida também foram os mais procurados em janeiro. A Anbima registrou R$ 3,5 bilhões em operações de renda fixa, crescimento de 15,4% em comparação ao mesmo período de 2010. Só em janeiro foram contabilizadas cinco operações que arrecadaram R$ 637 milhões.

O maior volume ficou por conta das debêntures emitidas via esforços restritos que atingiram R$ 1,7 bilhão no mês anterior. Para o vice-presidente da Anbima, esse cenário pode mudar ao longo deste ano, pois o mercado em expansão abrirá espaço à novos investidores. “Acho que o mercado vai apresentar este ano um crescimento em relação ao ano passado, e neste momento será necessário expandir a base de investidores, isso dado o volume de recursos e necessidade de financiamento das empresas. Terão de ser realizadas operações via instrução 400 da CVM; não dá para depender apenas de 20 investidores no mercado”, explica.

Quantos aos fundos, “no último trimestre a renda fixa foi bastante puxado e esperamos que essa tendência continue”, explica o vice-presidente da Anbima. A entidade espera também uma forte recuperação no setor de ações. “Já é possível perceber uma recuperação das ações só neste início de ano com o número de ofertas públicas iniciais [IPO, na sigla em inglês] e follow-ons”, explica Kiraly.

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