terça-feira, 5 de julho de 2011

Bueno Netto testa novas regiões na capital paulista


Fonte: Focando.com.br

Tradicional da Vila Olímpia, incorporadora é empurrada por concorrentes para outros mercados.
Com 35 anos de vida, a construtora e incorporadora Bueno Netto dominou bairros que se tornaram nobres em São Paulo ao longo desse período. São os “reis” da Vila Olímpia, onde construíram 21 prédios. No Itaim-Bibi e Faria Lima, foram mais dez. Sem conseguir atuar nos mercados cativos – que foram inundados pela concorrência que, junto com eles próprios, esgotaram o potencial construtivo disponível – partem para outras regiões de São Paulo. Elegeram o extremo sul da cidade como nova fronteira e já começam a estudar a possibilidade de reformar prédios antigos na capital paulista, o que é muito comum no Rio.

Mais uma entre tantas as empresas que ganharam o sobrenome do fundador, a empresa continua sendo gerida por Adalberto Bueno Netto, 61 anos, que tem seus dois filhos, Carlos Alberto e Guilherme, no negócio. Sem capital aberto, a companhia tem uma estimativa dos seus números. Fazendo as contas na hora – a simples soma do valor de cada empreendimento – pai e filho chegam ao VGV (valor geral de vendas): R$ 600 milhões é a previsão para este ano, repetindo o desempenho de 2010.

Como teste em novas regiões, Adalberto está empenhado na venda do que será um de seus maiores empreendimentos: um edifício de 32 mil m2 de área locável na esquina da Berrini com a Bandeirantes no terreno que pertenceu ao Pão de Açúcar e demandou mais de cinco anos de aprovações. Resolveu vender diretamente aos investidores, andar por andar, e recorreu aos antigos clientes da Vila Olímpia. “Se fosse vender ara um único investidor, não conseguiria o mesmo preço”, diz Adalberto Bueno Netto, que vende o metro quadrado por R$ 16 mil.

Lançado em maio, o prédio está 60% vendido. O empresário calcula que o aluguel na região fique em torno de R$ 130 a R$ 140 por metro quadrado – o prédio fica pronto em dezembro de 2013. Relatórios de consultorias mostram que o preço médio do metro quadrado na região hoje está na casa de R$ 110. Também fará um hotel de permanência acima de um mês, com apartamentos de 50 a 150 m2 já decorados. “A demanda por esse tipo de produto é enorme”, diz.

A concorrência promete ser grande. A própria Cyrela, via CCP (Cyrela Commercial Properties), seu braço comercial, também está na fase inicial de construção de um prédio corporativo nos mesmos moldes. O fundo soberano de Cingapura entrou como parceiro no negócio. A americana Tishman Speyer está construindo o seu maior projeto, em frente à Ponte Estaiada na Marginal Pinheiros.

Embora o prédio da Berrini esteja sendo lançado pela Bueno Netto, o braço comercial da companhia é a BN Corp, parceria com o empresário José Paim (ex-Rossi) e com o banco Merryll Lynch, adquirido pelo Bank of America. Durante a crise do banco nos Estados Unidos, a Merrill Lynch ficou mais de um ano sem colocar investimentos e a empresa parou de lançar. Voltaram apenas em 2010, com dois projetos e VGV de R$ 300 milhões, valor que deve ser repetido este ano. Estudam a compra de prédios em São Paulo para reforma. “No centro a conta não fecha, estamos estudando a Paulista”, diz o filho Carlos Alberto.

Adalberto explica que o projeto da Berrini está sendo lançado pela Bueno Netto porque se trata de um terreno antigo, adquirido antes da parceria. O presidente da BN Corp., César Worms, saiu há dois meses da companhia e o cargo está vago. “A empresa está muito ativa”, diz Carlos Alberto, que está interinamente ocupando a posição.

Grandes terrenos com dificuldade de aprovação, como o da Berrini, não são novidade. A Bueno Netto é dona de uma área de 220 mil m2 na Marginal Pinheiros, próximo ao supermercado Extra. Está há oito anos tentando aprovação de um novo bairro, mas ainda não conseguiu. Pretendia ter lançado o projeto há três anos. “O custo de carregamento é enorme”, admite.

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