sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Retrofit pode ser mais econômico que uma construção nova


Fonte: Redeimob

Deve-se levar em conta outros aspectos, como tempo, reaproveitamento de estrutura, menor impacto ambiental e não apenas o custo da obra em si

Uma maneira de dar uma nova cara ao que chamamos de antigo. O retrofit é velho conhecido dos brasileiros, que utilizam o nome de “reforma”. Mas se no Brasil já havia uma mentalidade de reformar, as novas exigências do mercado tornaram o retrofit uma opção interessante em diversas situações. Atualmente, ele vem sendo usado nos edifícios comerciais localizados nas regiões com grande ocupação, e também para reaparelhar condomínios residenciais, explica o arquiteto e fundador do portal Fórum da Construção, Iberê M. Campos.

Mas retrofit e reforma são a mesma coisa? Segundo o arquiteto, o retrofit pode ser definido como uma reforma completa, mais bem planejada, e que visa não apenas restaurar o que estava estragado ou antiquado, mas também, melhorar as instalações, adicionando recursos não disponíveis no edifício original.

Tempo é dinheiro

Um dos aspectos financeiros que deve ser levado em conta é quanto ao tempo. Segundo Campos, dificilmente se consegue fazer uma demolição e construção em menos de dois anos. “Um retrofit bem planejado pode ser feito em menos de um ano, visto que toda parte de fundação estrutural, vedações e cobertura podem ser aproveitados em edifícios antigos. Podemos dizer que, em termos gerais, o retrofit pode, sim, ser mais econômico que uma construção nova, mas para tanto é preciso fazer as contas com precisão e levar em conta vários outros aspectos que não apenas o custo da obra em si,”explica Campos.

Mesmo tendo alto custo, o retrofit traz vantagens em algumas situações. “Se houvesse uma mudança de legislação de determinada área, que para fazer uma construção nova, seria preciso ocupar menos o terreno, nesse caso, o retrofit, pode preservar a ocupação antiga,” ressalta Campos.

Para os locais de difícil acesso, como o centro das grandes cidades, esta prática também é vantajosa. “A movimentação de máquinas e veículos necessária tanto para demolir e remover o material, somada à movimentação para trazer os novos materiais de construção gera um custo enorme em termos de tempo perdido e desgaste das estruturas urbanas,” afirma.

Mas quanto custa um retrofit?

Não há um cálculo exato para definir os gastos com o retrofit. Além da valorização do imóvel, é preciso fazer uma estimativa cuidadosa do quanto custaria para demolir e reconstruir um edifício novo, considerando o tempo para todas as operações. Mas segundo o arquiteto, deve-se tomar como ponto de partida que os gastos com o acabamento de um edifício é responsável por 40 a 50% do valor total da obra.

Uma vez decidido pelo retrofit, Campos ressalta que é necessário fazer um projeto da mesma forma que se faz com outros empreendimentos de construção. “O planejamento da obra deve ser ainda mais cuidadoso, pois já haverá uma estrutura tanto no edifício quanto na estrutura urbana ao redor que precisará ser respeitada, na medida do possível, e reparada depois da obra pronta”, finaliza.

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