terça-feira, 6 de setembro de 2011

Com vendas fracas, setor imobiliário espera crescer 5%


Fonte: Brasil Econômico
Por: Natália Flach e Carolina Pereira


Segundo o Sinduscon-SP, o primeiro semestre se caracterizou pelo contracionismo no mercado imobiliário. 

Caso o cenário econômico brasileiro não sofra grandes alterações nos próximos meses, a queda de 31,3% nas vendas de imóveis na cidade de São Paulo, no primeiro semestre, pode significar uma desaceleração no ritmo dos lançamentos - o que impactaria o restante da cadeia produtiva. 

De acordo com Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP, os contratos de fornecedores de insumos e de equipamentos já estão fechados para 2012. 

Portanto, se houver algum impacto, ocorrerá apenas em 2013. "De qualquer forma, vamos ter parâmetros mais acomodados de crescimento", afirma. 

A expectativa é que, neste ano, o setor cresça 5% ante os 13% de 2010. "A construção não poderia continuar crescendo na mesma proporção com um Produto Interno Bruto (PIB) menor." 

Segundo o presidente do Sinduscon-SP, o primeiro semestre se caracterizou pelo contracionismo no mercado imobiliário. 

"Mas esse efeito está se dissipando", diz, acrescentando que a comercialização, neste ano, deve se aproximar ao total de 2010. 

A estimativa é que a indústria continue nesse ritmo nos próximos quatro a cinco anos, dependendo do cenário internacional e das consequências para o PIB brasileiro. 

Para José Carlos de Oliveira Lima, vice-presidente Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e também presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim), essa acomodação é importante para sanar os gargalos da construção civil, como a falta de mão de obra. 

"No ano passado, houve antecipação da construção de estradas e faltou areia e brita. Agora, faltam projetos de construção de rodovias em São Paulo." 

Além disso, Lima lembra que houve um "boom" de lançamentos imobiliários em 2010 que fizeram com que o mercado de produtos para cimento crescesse 15% no ano passado. Este ano, a previsão é de aumento de 10%. 

"Com o anúncio do programa Minha Casa Minha Vida em 2008, muitas construções ficaram para 2010. A diminuição do nível de crescimento é uma acomodação natural do mercado", afirma Lima. 

Para ele, para que o atual déficit habitacional de 6 milhões de moradias no país seja reduzido, é preciso que indústria e governo façam investimentos em tecnologia e treinamento. 

"Precisamos valorizar o trabalho na cadeia de construção. Hoje o emprego nessa área é tido como transitório, e tem que passar a ser permanente", diz. 

Minha Casa, Minha Vida 

O programa Minha Casa, Minha Vida 2 deve sair do papel até o fim do ano. No entanto, se não forem feitos reajustes nos preços dos imóveis voltados para famílias até três salários mínimos, as chances de sucesso nas grandes cidades são mínimas, segundo Watanabe. 

"Os índices de preços e os terrenos subiram, mas as faixas de preços não seguiram o mesmo caminho. O MCMV2 deve fracassar no município de São Paulo como aconteceu no primeiro programa", afirma. 

Segundo o presidente do Sinduscon-SP, a presidente Dilma sabe disso, no entanto, espera maior participação das prefeituras e dos governos estaduais como forma de compensar a questão do preço.

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